sábado, outubro 26, 2002

Desculpem meus fiéis leitores, que são no total de 3 (que eu saiba). Me encontrei mais atolada do que nunca na última semana e, além disso, preciso confessar que estava pobremente criativa...Mas vocês nem podem acreditar onde e em qual situação que hoje blogo... Gente, estou em Barra Mansa, num cyber café, onde pago o preço simbólico, porém obrigatório de uma bagatela de 10 (dez)... dez CENTAVOS o minuto... É caro isso?? Nem sei, mas como sempre digo por aqui, essa dependência de internet faz a gente ficar com uma sensação de algo faltando... como se estivesse no "ocho"(0 x 0)... ou com perdão da má palavra, com falta de pica mesmo... A criatura é tão dependente dessa merda, que raciocina os sentimentos em forma de emoticons...

Mas como encontrei esse mega-ultra cyber e estou namorando aqui, não me falta nada...

Esse cyber café fica localizado na sede de uma antiga loja de presentes, brinquedos e variedades que empunhava o nome de Vai-Vai. Essa loja era imensa e pertencia à uma família poderosíssima daqui que já soube pelos habitantes melhormente informados (para não dizer fofoqueiros) que faliu. É, como aqui nessa cidade a diversão é escassa, falar mal da vida alheia em salão de cabelereiro é a melhor coisa para se fazer. E cá para nós, falar mal da vida alheia é bom demais... ninguém assume, mas no fundo adora! Igual inveja... todo mundo queria ter o jeep LandHover do vizinho, mas não diz de jeito nenhum!

Onde funciona esse cyber, tem junto um boliche de 4 pistas, cujo a tecnologia de ponta, permite que, ao jogar a bola pela pista, e, ao acertar as garrafas, são suspensas por cordinhas. Aí, depois das duas fatídicas tacadas, as cordinhas (como marionetes) baixam novamente o conjunto, meio que equilibrando as bichinhas.

Bom mesmo era um boliche que tinha aqui antigamente, que mesmo com todas as suas duas pistas empenadas, era diputadíssimo! A gente chegava, reservava para daqui há umas duas horas e sentava no bar para tomar cerveja. Lá pelas duas e meia da manhã, o homem anunciava (gritando): "CRISTIANA!!!" - aí, o grupo já bêbado não sabia se jogava boliche deslizando a bola pela pista torta ou se jogava sinuca, arremessando a bola de boliche em umas das caçapas das mesas que ficavam nas laterais. Isso sem contar que um amigo meu, que era um poço de grosseria, que jogava handebol, catou uma bola das mais pesadas e arremessou nas garrafas, como se estivesse na quadra... Coisas de barramansense (barramansuíno)!

A melhor parte vem agora... a tecnologia era molecular! Isso mesmo, ao invés das fiéis cordinhas de marionete, no fundo da pista tinha um bolo de feno, que depois das duas tacadas, pulava um molequinho na palha e equilibrava as garrafas uma a uma. Isso que, depois daquela cervejada, a brincadeira era derrubar o menino! Que maldade!

Mas diversão em cidade pequena é garantida ou seu dinheiro de volta!

Alegria era na chegada do circo no terreno em frente à pracinha do bairro Ano Bom... Eu, já depois de grande insistia com meu pai para irmos dar risada da criançada discreta gritando: "Alá pai... a roupa daquele palhaço tá rasgada!" Era divertidíssimo encontrar com o bilheteiro, entrar no circo e ir comprar pipoca e dar de cara com o bilheteiro, sentar na arquibancada e o pipoqueiro passar vendendo língua de sogra e balão, começar o espetáculo e perceber que o apresentador é a cara do vendedor de buginganga e, na apresentação dos palhaços, dar de cara com o mesmo de roupa rasgada!

Bom mesmo era na hora do globo da morte... o palhaço de roupa rasgada colocava uma roupa imitação de couro, com aquelas estampas (em preto) a la sofá de napa de casa de pobre, um capacete verde metálico com manchas de vermelho descascado da penúltima pintura, subia numa moto com tanque de CG (neta da TITAN), banco de mobylette, cano de descarga confeccionado pelo domador (que é o irmão do pipoqueiro-bilheteiro-vendedor-palhaço-de-roupa-rasgada) dando estouros, rodas com os raios se soltando e exalando um odor horroroso de óleo queimado, entrava naquele ovo tamanho gigante, feito com a grade velha da jaula do leão etíope (megérrimo) e ficava dando voltas e voltas de cabeça para baixo. Até que o piloto era corajoso! Não tinha nada a perder, né... já tinha dois dedos de cada mão faltando mesmo...

Desculpem-me se eu tiver escrito alguma coisa faltando letra, mas o teclado aqui dos 10... dez centavos o minuto tá emperrando. Também, aposto que nos vãos das letrinhas tem um bocado de gotas de chopp! É, porque como é de praxe, é bom escrever coisas sem nexo tomando unzinho!!! Tô no terceiro!