Bem, ficou evidente que voltei após uma longa (ou breve) estadia no exterior. Longo, curto, muito ou pouco está dentro de cada um. O interessante é que isso faz parte das expectativas alheias. Meu pós está atrelado à minha larga exposição e estou sendo levada a refletir em como não decepcionar o entrevistador a respeito da minha própria experiência.
Deixa eu explicar... enquanto fazemos ou tomamos a iniciativa de fazer aquilo que pouca gente faz, nós mesmos romantizamos a experiência. Por mais que aja um planejamento e um investimento não fazemos ideia de como aquilo realmente será. Até porque, no caso de morar fora do país vamos lidar com culturas distintas e receptividades um pouco aquém das desejadas. Tudo o que vai ser vivido vai depender da maneira que a pessoa encara a própria vida. Por isso respeito as pessoas que estão por aí quebrando paradigmas e protocolos até sem mesmo sair de casa.
A respeito da superesposição, talvez as fotografias postadas com comidas, bebidas e festas sejam reflexo daquilo que encaro como sendo parte da formação cultural do indivíduo. Também, por mais que eu tenha me dedicado a textos, aulas e horas na faculdade não gerei fotos tão atrativas com esse tema. Isso faz com que boa parte das pessoas acreditem que um ano no exterior foi "só farra"! Vamos refletir?
Conheci pessoas nessa jornada ali na Espanha que se predispuseram a comer exatamente as mesmas coisas que comiam no Brasil. Além disso, tiveram aquelas que fizeram poucas amizades. Também me deparei com diversas que ali estavam em festa com o dinheiro público brasileiro. Bem, acerca disso, sem tecer julgamentos prévios, a festa também é importante, mas não é tudo. Difícil é saber que esse investimento sai dos impostos que, mesmo eu investindo do meu próprio bolso e do da minha família, não parei de pagar no Brasil. Aí vai da própria ética do indivíduo.
Para a se estudar fora do país o planejamento não é imediato e não acontece de uma hora para a outra. O sonho acontece lá atrás e as ferramentas são buscadas aos poucos. Na verdade, realizar sonhos demanda muito empenho! Graças a Deus estou ficando especialista nisso. Portanto, responder acerca dos planos agora é um tanto quanto injusto. Afinal de contas, ainda estou em meio ao projeto, reacostumando com a minha antiga vida e com as mesmas coisas, com a cabeça explodindo: confesso.
A rede social nesse tempo foi um diário coletivo. Talvez o que foi publicado fosse uma tentativa de compartilhar a atmosfera do momento. Compartilhar o ovo frito no prato faz parte de um processo de compartilhamento das emoções com quem se gosta, pelo menos no meu caso. Comer, beber, dançar, estudar, passear... julgar... cada um explora a conversa, não da maneira que profere, mas da maneira como observa. "A Kitty é movida à gente" - essa foi a frase mais verdadeira que escutei a respeito de mim.
Os resultados, como sempre, são processo de construção. Ando por aí respondendo as mesmas perguntas interlocutando diferentemente para cada abordagem, refletindo sobre essa minha experiência gorda, bêbada e viajandona! Legal saber que eu fazia falta!