Mundo Pequeno
Tinha uma amiga minha, que dizia ter ouvido de uma amiga dela, que uma amiga tinha outra amiga que era parente da Malu Mader. Para quem é de cidade do interior como Bom Jardim de Minas, isso dá o maior status e projeta a pessoa ao progresso social emergente. Dizia ela, que a tal menina, era vizinha da tia de um dos irmãos de leite da mãe da mãe da prima da Malu Mader... Isso era um lusso (luxo) para a pessoa! Assim como esse grau de parentesco que aproxima as pessoas, vou contar uma história na qual fui vítima e aproveito para fazer uma homenagem aos cupidos dessa terra!!
Bom, semanas atrás caí de pára-quedas em uma festa na Vila Olímpia em São Paulo, na qual baixamos eu e um amigo que estava puto e queria cair na vida! Vamos nós, né, naquele baixo-astral todo, mas sem dar o cotovelo a torcer, em cima daquele saltão, toda maquiada, e me sentindo a "última coca-cola gelada da face dessa terra", com um cintão de fivela (que comprei junto com a namorada do meu primo - olha o mundo pequeno aí 1 - e brincava a noite inteira com ela de Super Gêmeos Ativar: Forma de uma pica voadora, forma de um balde de gelo, pra gelar a pica) redonda, que lembra um calendário mexicano. A festa era linda, muita fartura, convite vip para 1000 pessoas, mas sabe como são essas coisas... sozinha, na deprê, vamo beber!
Para que me conhece bem, não sou como a Carla Peres que o hobbie dela é pretinho de seda, mas possuo o hobbie de sair conhecendo o povo, afim de fazer novas amizades. A receita é a seguinte: chego para alguém e pergunto.."vc conhece Cristiana Fernandes?" - a pessoa responde... "não" (ó óbevou) - aí eu reintero: "prazer, sou eu!"... Tá certo que não sou autora desse tipo de chegada, mas uso-a com dignidade! Aí, já quase no ponto de pudim (de cachaça), avisto uma menina no fundo do salão e falei na voz alta para as minhas próprias duas pessoas: "Alá a Meg!" - a Meg é uma amiga minha aqui do Rio. Fui andando na direção, com aquele ar de garaças a Deus alguém conhecido, e, chegando perto, cruzando as pernas, dei aquela meia-volta básica, a la Ópera do Malandro... "ih, num é!"
Mas indo ao banheiro hora depois, dei de cara com o clone de Meg no banheiro e, faladeira metidinha, já na 98897ª vez de fazer xixi e naquela lavada de mão básica: "cara, tu é a cara da minha amiga Meg, ela é do Rio (isso que cospe nos outros e não deixa a pessoa se expressar) e quase que dei um furo com você!" - mas a menina, com toda a sua simpatia, foi super gentil, se apresentou e de quebra, me apresentou para as amigas que estavam do outro lado do salão ao sair do banheiro!
Papo vai, papo vem, aquela coisa o que você faz, de onde você é... já me abro naquela amizade de anos, né (afinal de contas ela era a cara da Meg), "moro no Rio, sou designer, mas me formei em São Paulo interior..." - ela devolve: "acabei de terminar um namoro, ia pro Rio direto, pois a família era de lá (Mundo pequeno 2!" Mas completa: "Mas seu sotaque não é de carioca, de onde você é?" - Na verdade, não é por ter vergonha da cidade onde eu nasci não, mas até explicar pro povo que eu sou de Barra Mansa, que fica do lado de Volta Redonda, onde tem a CSN, dou uma certa poupada de saliva, mas já que ela perguntou eu disse. "Ah, conheço um pessoal muito gente boa lá! (Mundo pequeno nº3)" - Ela disse. No "cavuco", a gente tenta em meio à pequena e pacata população, procurar a referência do povo, né... vai que é parente?? A pessoa vira amiga, troca e-mail e diz fazer um "link" entre os conterrâneos. Vim embora, na curiosidade, e no pensamento: "será que fiz alguma merda?"
Chegando em Niterói, segunda-feira trabalhando, baixa um e-mail que dizia: "meu nome é tal, faço tal coisa, você deve achar que é maluquice, mas to morrendo de curiosidade de saber quem você é" - Na hora, na sinceridade, meu coração veio na boca e voltou... Mas respondi: "também to curiosa, mas você é quem?" - Ah... e-mails a parte, tomei aquela coragem virtual e fui conhecer, tomar um chopp... sá como é, né, na deprê, com dor nos dois cotovelos... Na hora bateu: a figura é conhecida4: "te conheço, a fisionomia é familiar!" - eu falei. Nego já vem para o encontro com o dossiê na mão, de um histórico fornecido pela população inteira, contando com a definição do mundo pequeno 5! Beleza... papo vai, papo vem, se entrar nos finalmente, (brigada meu cupidão, associador do mundo pequeno) Estudou na escola, onde a minha mãe dava aula 6, que quase com a minha idade, era da sala de Vivi, Beta, Ju, Adri, das três que só andavam juntas: Mari, Alê, Marta... E, por coincidência, tem um grau de parentesco, fazendo jus à projeção social, por parte de pai, do filho da madrinha da mãe, da vizinha, do casal que cria um menino, cujo é neto de um dos irmãos do maior político da cidade.... 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14...