segunda-feira, outubro 07, 2002

Mundo Pequeno
Tinha uma amiga minha, que dizia ter ouvido de uma amiga dela, que uma amiga tinha outra amiga que era parente da Malu Mader. Para quem é de cidade do interior como Bom Jardim de Minas, isso dá o maior status e projeta a pessoa ao progresso social emergente. Dizia ela, que a tal menina, era vizinha da tia de um dos irmãos de leite da mãe da mãe da prima da Malu Mader... Isso era um lusso (luxo) para a pessoa! Assim como esse grau de parentesco que aproxima as pessoas, vou contar uma história na qual fui vítima e aproveito para fazer uma homenagem aos cupidos dessa terra!!

Bom, semanas atrás caí de pára-quedas em uma festa na Vila Olímpia em São Paulo, na qual baixamos eu e um amigo que estava puto e queria cair na vida! Vamos nós, né, naquele baixo-astral todo, mas sem dar o cotovelo a torcer, em cima daquele saltão, toda maquiada, e me sentindo a "última coca-cola gelada da face dessa terra", com um cintão de fivela (que comprei junto com a namorada do meu primo - olha o mundo pequeno aí 1 - e brincava a noite inteira com ela de Super Gêmeos Ativar: Forma de uma pica voadora, forma de um balde de gelo, pra gelar a pica) redonda, que lembra um calendário mexicano. A festa era linda, muita fartura, convite vip para 1000 pessoas, mas sabe como são essas coisas... sozinha, na deprê, vamo beber!

Para que me conhece bem, não sou como a Carla Peres que o hobbie dela é pretinho de seda, mas possuo o hobbie de sair conhecendo o povo, afim de fazer novas amizades. A receita é a seguinte: chego para alguém e pergunto.."vc conhece Cristiana Fernandes?" - a pessoa responde... "não" (ó óbevou) - aí eu reintero: "prazer, sou eu!"... Tá certo que não sou autora desse tipo de chegada, mas uso-a com dignidade! Aí, já quase no ponto de pudim (de cachaça), avisto uma menina no fundo do salão e falei na voz alta para as minhas próprias duas pessoas: "Alá a Meg!" - a Meg é uma amiga minha aqui do Rio. Fui andando na direção, com aquele ar de garaças a Deus alguém conhecido, e, chegando perto, cruzando as pernas, dei aquela meia-volta básica, a la Ópera do Malandro... "ih, num é!"

Mas indo ao banheiro hora depois, dei de cara com o clone de Meg no banheiro e, faladeira metidinha, já na 98897ª vez de fazer xixi e naquela lavada de mão básica: "cara, tu é a cara da minha amiga Meg, ela é do Rio (isso que cospe nos outros e não deixa a pessoa se expressar) e quase que dei um furo com você!" - mas a menina, com toda a sua simpatia, foi super gentil, se apresentou e de quebra, me apresentou para as amigas que estavam do outro lado do salão ao sair do banheiro!

Papo vai, papo vem, aquela coisa o que você faz, de onde você é... já me abro naquela amizade de anos, né (afinal de contas ela era a cara da Meg), "moro no Rio, sou designer, mas me formei em São Paulo interior..." - ela devolve: "acabei de terminar um namoro, ia pro Rio direto, pois a família era de lá (Mundo pequeno 2!" Mas completa: "Mas seu sotaque não é de carioca, de onde você é?" - Na verdade, não é por ter vergonha da cidade onde eu nasci não, mas até explicar pro povo que eu sou de Barra Mansa, que fica do lado de Volta Redonda, onde tem a CSN, dou uma certa poupada de saliva, mas já que ela perguntou eu disse. "Ah, conheço um pessoal muito gente boa lá! (Mundo pequeno nº3)" - Ela disse. No "cavuco", a gente tenta em meio à pequena e pacata população, procurar a referência do povo, né... vai que é parente?? A pessoa vira amiga, troca e-mail e diz fazer um "link" entre os conterrâneos. Vim embora, na curiosidade, e no pensamento: "será que fiz alguma merda?"

Chegando em Niterói, segunda-feira trabalhando, baixa um e-mail que dizia: "meu nome é tal, faço tal coisa, você deve achar que é maluquice, mas to morrendo de curiosidade de saber quem você é" - Na hora, na sinceridade, meu coração veio na boca e voltou... Mas respondi: "também to curiosa, mas você é quem?" - Ah... e-mails a parte, tomei aquela coragem virtual e fui conhecer, tomar um chopp... sá como é, né, na deprê, com dor nos dois cotovelos... Na hora bateu: a figura é conhecida4: "te conheço, a fisionomia é familiar!" - eu falei. Nego já vem para o encontro com o dossiê na mão, de um histórico fornecido pela população inteira, contando com a definição do mundo pequeno 5! Beleza... papo vai, papo vem, se entrar nos finalmente, (brigada meu cupidão, associador do mundo pequeno) Estudou na escola, onde a minha mãe dava aula 6, que quase com a minha idade, era da sala de Vivi, Beta, Ju, Adri, das três que só andavam juntas: Mari, Alê, Marta... E, por coincidência, tem um grau de parentesco, fazendo jus à projeção social, por parte de pai, do filho da madrinha da mãe, da vizinha, do casal que cria um menino, cujo é neto de um dos irmãos do maior político da cidade.... 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14...