Fuja de tudo. Nunca das perguntas.
O ser humano é complicado; e medroso. Basta uma leve "tocada na ferida" com uma pergunta cretina que já vai ele se esquivando.
Acho que nasci doida. Eu sou a primeira pessoa que conheço, que gosta, aliás, adora preencher cadastros na internet, fichas cadastrais em bancos, questionários de RH... principalmente quando têm aquelas perguntas do número de TVs, banheiros em casa... essas que a gente não coloca a família no meio.
Tenho uma sensação maravilhosa em dar cargo da minha vida às pessoas. Esses dias mesmo precisei preencher dados do meu currículo lá no meu trabalho afim de uma visita da inspeção e fui a primeira a entregar. Satisfação nessa coisa de responder.
Apesar de adorar responder questionários, não confio em pesquisas de opinião. Simplesmente por ser profissional no assunto do preenchimento dos questionários e saber que a gente pode (e deve) mentir.
Meu pai é uma pessoa muito engraçada. Na família, tem fama de mentiroso. Na loja, ao perguntarem se a vela de citronela realmente espanta mosquitos, ficou bravo com a pergunta e respondeu incisivo: "espanta até cobra, rapaz!"
Meu pai responde a qualquer pergunta. Entende de todos os assuntos. Até de geografia. Desculpa, mas ninguém entende de geografia direito. Mas meu pai entende. Conversa horas a fio com o cidadão que fala sobre o relevo dos Emirados Árabes com a maior ciência do assunto.
Certo dia, conversando com uma amiga sobre casas de conveniência, o surpreendi falando altas barbaridades. Não quis desmentí-lo na frente dela, que por sinal estava bem interessada no assunto. Depois que a menina saiu, acusei-o de estar mentindo descaradamente. Ele me respondeu solenemente, com a maior dignidade: "ela veio me perguntar, eu respondi. Ela confiava em mim, não poderia desapontá-la."
Não sei, mas acho que os homens mentem por questões antropológicas. A mulher não espera ouvir a verdade. Aliás, eles mentem por cavalheirismo.
A arte de convencer está em não hesitar. Olhe bem no fundo dos olhos, respire, pense em um breve conjunto de sinônimos e divirta-se. Assim, será mais feliz com 10 banheiros, 20 dormitórios e um aparelho de TV em cada cômodo da casa. Ah, e com R$100.000,00 na conta bancária.
domingo, setembro 17, 2006
quinta-feira, junho 15, 2006
quarta-feira, março 01, 2006
Ressaca do Carnaval
Ressaca do Carnaval
Quarta-feira de cinzas, 01 de março de 2006.
Até o ano passado, fazia parte do meu cotidiano na data que se repetia, uma dor no peito juntando-se a dor de cabeça, fazendo juz a toda a cachaça consumida por quatro dias consecutivos.
Era comum na quarta-feira um sentimento de vazio, mas de um vazio físico. Montes e montes de lixo pelas ruas, servindo de obstáculo para montes e montes de pessoas com mochilas e colchonetes nas costas, é óbvio, esvaziando as casas. Pessoas que vieram e serviram de obstáculo para os blocos, bandas e brincadeiras.
É irônico. Mas muitos de vocês, meus leitores, ligavam na quarta-feira para saber se eu havia acreditado em tudo o que me disseram durante o carnaval: nas promessas de casamento, nos encontros para o dia seguinte, no preço barato da camisa do bloco (sou da era pré-abadá) e, principalmente, que o mundo acabaria na quarta-feira de cinzas. Eu sempre acreditei. Pois o carnaval é a minha festa. Eu esperava o carnaval tanto quanto meu aniversário. E, assim como eu acreditava no comparecimento dos meus convidados, bebia tudo antes da quarta-feira de cinzas. Vai que o mundo acaba mesmo... deixa eu beber tudo agora!
Não há como não comparar. Não precisam ficar tristes pelo bloco que esse ano não fui, pelos ensaios da Mangueira que eu perdi e por esse ano eu não ter acreditado em nada. Mas, como eu não gosto de rotinas, decidi fazer da minha quarta-feira de cinzas, uma data sem o Bacalhau do Batata. Hoje acordei sem ressaca.
Eu, que já saí de lama da cabeça aos pés, depois de tanto pisar para misturar todo aquele pó colhido na Praia do Paiva de Chico Science, corri dela... da lama. Torci para dessa vez não dar nem de cara com o Bloco da Lama de Paraty. Dele, só vi os vestígios pelas paredes e carros, dando graças a Deus por não tê-los encontrado. Vai que eu acredito ser mesmo um GUAIAMUM e me jogar naquilo tudo.
Confesso que tremi. Confesso que meu coração foi a mil ouvindo a batucada. A magia ficou por aí, circulando, mas fui forte. O pó de pirlimpimpim não me atingiu. Fiquei quietinha e estou aqui, feliz da vida com essa minha escolha de ficar no meu canto a dois.
Não fui à Olinda. Não fui à Ouro Preto. Nem passei perto das ruas do Rio de Janeiro, e, da Marquês de Sapucaí, a Mangueira eu não vi nem entrando nem saindo. Não ouvi MEU frevo, não vim com nenhum hit do momento e nem tenho foto jogada num barril de cerveja. Não tomei nenhum pau do índio. Não liderei nenhum bloco de todo mundo saindo de verde entitulado de cloroFILA.
Tudo bem, não terei muita coisa pra contar esse ano. Tudo o que tenho, foi tão bom, que vou guardar para mim como a minha própria piada interna. Não vesti nada. A fantasia foi a Kitty quieta e pacata. Sua vez de acreditar. Esperem até o meu aniversário.
Quarta-feira de cinzas, 01 de março de 2006.
Até o ano passado, fazia parte do meu cotidiano na data que se repetia, uma dor no peito juntando-se a dor de cabeça, fazendo juz a toda a cachaça consumida por quatro dias consecutivos.
Era comum na quarta-feira um sentimento de vazio, mas de um vazio físico. Montes e montes de lixo pelas ruas, servindo de obstáculo para montes e montes de pessoas com mochilas e colchonetes nas costas, é óbvio, esvaziando as casas. Pessoas que vieram e serviram de obstáculo para os blocos, bandas e brincadeiras.
É irônico. Mas muitos de vocês, meus leitores, ligavam na quarta-feira para saber se eu havia acreditado em tudo o que me disseram durante o carnaval: nas promessas de casamento, nos encontros para o dia seguinte, no preço barato da camisa do bloco (sou da era pré-abadá) e, principalmente, que o mundo acabaria na quarta-feira de cinzas. Eu sempre acreditei. Pois o carnaval é a minha festa. Eu esperava o carnaval tanto quanto meu aniversário. E, assim como eu acreditava no comparecimento dos meus convidados, bebia tudo antes da quarta-feira de cinzas. Vai que o mundo acaba mesmo... deixa eu beber tudo agora!
Não há como não comparar. Não precisam ficar tristes pelo bloco que esse ano não fui, pelos ensaios da Mangueira que eu perdi e por esse ano eu não ter acreditado em nada. Mas, como eu não gosto de rotinas, decidi fazer da minha quarta-feira de cinzas, uma data sem o Bacalhau do Batata. Hoje acordei sem ressaca.
Eu, que já saí de lama da cabeça aos pés, depois de tanto pisar para misturar todo aquele pó colhido na Praia do Paiva de Chico Science, corri dela... da lama. Torci para dessa vez não dar nem de cara com o Bloco da Lama de Paraty. Dele, só vi os vestígios pelas paredes e carros, dando graças a Deus por não tê-los encontrado. Vai que eu acredito ser mesmo um GUAIAMUM e me jogar naquilo tudo.
Confesso que tremi. Confesso que meu coração foi a mil ouvindo a batucada. A magia ficou por aí, circulando, mas fui forte. O pó de pirlimpimpim não me atingiu. Fiquei quietinha e estou aqui, feliz da vida com essa minha escolha de ficar no meu canto a dois.
Não fui à Olinda. Não fui à Ouro Preto. Nem passei perto das ruas do Rio de Janeiro, e, da Marquês de Sapucaí, a Mangueira eu não vi nem entrando nem saindo. Não ouvi MEU frevo, não vim com nenhum hit do momento e nem tenho foto jogada num barril de cerveja. Não tomei nenhum pau do índio. Não liderei nenhum bloco de todo mundo saindo de verde entitulado de cloroFILA.
Tudo bem, não terei muita coisa pra contar esse ano. Tudo o que tenho, foi tão bom, que vou guardar para mim como a minha própria piada interna. Não vesti nada. A fantasia foi a Kitty quieta e pacata. Sua vez de acreditar. Esperem até o meu aniversário.
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Porre? Ser ou não ser?
Porre? Ser ou não ser?
O significado de porre para muitos é de uma coisa festiva, impulsiva e, passando dos seus devidos limites, repulsiva... Numa dessas de porre, as pessoas falam, ligam, incomodam; dizem, procuram, desdizem.
Ah, que mal faz um "digamos que..." numa hora de porre ameno (ou não?)?
Já tiveram vezes que os sentimentos mais primários se manifestaram depois de duas ou três cervejas. Já tiveram vezes que os sentimentos mais inoperantes se tornaram importantes na hora do porre.
O CERIMONIAL é interessante dependendo do objeto de porre. Cara, o loud do Tim Festival no pré-Pet Shop Boys, com o clima vermelho, pede Smirnof ice e sentimento de ter olhos verdes. Só para explicar, eu me sinto com olhos verdes quando me sinto bonita. Até porque para mim, quem tem olhos verdes simplesmente "não pode ter problemas"!
Eu escuto músicas nos porres que jamais as escutaria sóbria! Isso incluem as músicas da época de faculdade, apresentadas por um DJ JOSELITAMENTE sem noção do que acontece em Londres no momento.
Eu sei o que acontece em Londres! Porque o Kleber mora lá. Ao invés de pedir o famoso Victoria's Secret que sempre peço, vêm as periódicas indicações de INDIE ROCK que eu adoro!!! Mas junto com as indicações, na última remessa vieram duas ou três latas de cerveja! (para ouvir enquanto bebe; para beber enquanto ouve)
Porre é porre! Com ressaca ou sem ressaca!
Mas o melhor porre é daquele vinho que você guarda para uma ocasião especial e, na ocasião especial, o que é especial falha. Até que você quer tornar a ocasião especial mais especial e bebe sozinho. A ocasião, que é ocasional mesmo desta vez, se torna mais especial, porque é ocasional.
Não faça planos! Planeje e espere!
Cervejas, Cointreaus, vinhos, vermouths, ices, tequilas... porres, porres, porres... tire proveito dos vômitos ocasionais, das atravessadas de rua sem o trem pegar, da lama no ouvido.
Homenagem ao Marcio fabio. m,eu amigo mais porre! Hoje tomei um porre sem loção por ele! Feliz aniversário, caralho!
O significado de porre para muitos é de uma coisa festiva, impulsiva e, passando dos seus devidos limites, repulsiva... Numa dessas de porre, as pessoas falam, ligam, incomodam; dizem, procuram, desdizem.
Ah, que mal faz um "digamos que..." numa hora de porre ameno (ou não?)?
Já tiveram vezes que os sentimentos mais primários se manifestaram depois de duas ou três cervejas. Já tiveram vezes que os sentimentos mais inoperantes se tornaram importantes na hora do porre.
O CERIMONIAL é interessante dependendo do objeto de porre. Cara, o loud do Tim Festival no pré-Pet Shop Boys, com o clima vermelho, pede Smirnof ice e sentimento de ter olhos verdes. Só para explicar, eu me sinto com olhos verdes quando me sinto bonita. Até porque para mim, quem tem olhos verdes simplesmente "não pode ter problemas"!
Eu escuto músicas nos porres que jamais as escutaria sóbria! Isso incluem as músicas da época de faculdade, apresentadas por um DJ JOSELITAMENTE sem noção do que acontece em Londres no momento.
Eu sei o que acontece em Londres! Porque o Kleber mora lá. Ao invés de pedir o famoso Victoria's Secret que sempre peço, vêm as periódicas indicações de INDIE ROCK que eu adoro!!! Mas junto com as indicações, na última remessa vieram duas ou três latas de cerveja! (para ouvir enquanto bebe; para beber enquanto ouve)
Porre é porre! Com ressaca ou sem ressaca!
Mas o melhor porre é daquele vinho que você guarda para uma ocasião especial e, na ocasião especial, o que é especial falha. Até que você quer tornar a ocasião especial mais especial e bebe sozinho. A ocasião, que é ocasional mesmo desta vez, se torna mais especial, porque é ocasional.
Não faça planos! Planeje e espere!
Cervejas, Cointreaus, vinhos, vermouths, ices, tequilas... porres, porres, porres... tire proveito dos vômitos ocasionais, das atravessadas de rua sem o trem pegar, da lama no ouvido.
Homenagem ao Marcio fabio. m,eu amigo mais porre! Hoje tomei um porre sem loção por ele! Feliz aniversário, caralho!
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