domingo, novembro 27, 2005
Fundo musical para a vida
Fundo musical para a vida
Hoje acordei Janete (a Clair). Sim, sou dramática. Quem me conhece sabe disso. Não me envergonho de sofrer por amor ouvindo Oswaldo Montenegro: "eu amava como a feia na vitrine/como carta que se assine em vão..."... teve um dia que me peguei (há alguns anos atrás) ouvindo Raça Negra, chorando horrores. Não ligo, pelo menos assumo.
Bloguei um dia sobre eu ter cansado de ser Cult. Mas na verdade, acho mesmo que estou velha. Estou ficando intolerante a certas coisas. Ah, isso sóbria, é claro. Bêbada e entre amigos, danço ao som de uma caixinha de fósforo amarradona!
Mas nossa, apesar de dramática, fã do Oswaldo Montenegro em dias de fossa, tolerar Raça Negra... comer bombom de cereja mergulhado na Cidra Cereser... assumindo minha velhice, tenho algumas opiniões sobre tão chamada Música Popular Brasileira. É, tem definições e gostos que estão duros de engolir.
Pra começar, aprendo a escutar coisas a todo instante. Tenho que dizer isso para que vocês, meu fiéis 2 leitores não achem que sou tão radical assim. Bem, hoje escuto Norah Jones, conheci Tori Amos há algum tempo e estou curtindo de verdade o Jorge Drexler (tenho até um peixe com esse nome).
Estou enrolando, enrolando... pra perguntar aos ares o porquê da Zélia Duncan. Gente, que Deus a tenha, mas Cássia Eller era doida, porém exótica, com um bom gosto musical incrível. Ela usava roupas muito legais em seus shows e era agressiva na medida certa. Mas, vou te contar... a Zélia Duncan tá precisando de uma consultora de moda, tá precisando "colar" no Chico Buarque (não igual à Simone, é claro... a Simone é cafona) e ter umas aulinhas com o Ney Matogrosso sobre estética, luz, roupagem, marcação de palco etc.
Ontem fui à um show muito foda! Fui ao Circo Voador ver a Adriana Calcanhoto (aquela da música de corno revoltado: "vou arranhar os seus discos, rasgar suas cuecas, cortar o seu saco...) com o Moreno + 2. Gente, nem por ela não, mas a música é de muita experimentação e de muita qualidade. É, ando exigente.
A gente vai a esses shows pra depois fazer essa "trilha sonora" ser background pra várias situações. Quem já não trepou ouvindo "Missão Impossível"? Eu não, mas tem uma amiga que canta Frank Sinatra no pinto do namorado. Na Hora H, ela manda: "in the wee small hours of the morning..." É lógico que, ouvindo essa música num ambiente qualquer, os dois começam a rir, fazendo isso virar a piada ridícula do casal, que ninguém agüenta...
Meio que como filme americano, eu também transformo as minhas atividades em clipes. Tomei um BELO pé na bunda uma vez, na mesma época em que o Nando Reis estava lançando: "é bom se apaixonar, me ver feliz, te ver feliz me faz bem... eu não vou chorar, você não vai chorar, você pode entender que eu não vou mais te ver por enquanto..." BUÁÁÁÁ (queria aquela carinha do MSN...) Foi na mesma época do Rockin Rio, com o povo na Tenda Brasil feliz da vida, enquanto o Nando pulava frenético no palco. A Kittynha aqui, chorando... bêbada... O mesmo Nando reis, um tempo depois, já foi trilha sonora de vários relacionamentos e términos. Acho que esse cara é um corno declarado e tão apaixonado quanto eu.
Sento para trabalhar ouvindo o meu bom e velho rockin roll. Tem um cliente chato, que apareceu numa época em que eu ouvia Sister of Mercy. Faz tempo que não posso ouvir "this corrosion" que lembro daquele FDP que tá me devendo.
Ah, tem a trilha sonora dos amigos. Ontem mesmo estávamos conversando que temos tantas músicas para ouvir, mas toda vez aqui em casa, escutamos sempre o Manu Chao, o Grande Encontro e o REM. Esses três discos fazem parte dos nossos carteados, das nossas cervejas...
É, hoje vou lá atrás da minha Trilha Sonora da época de república em Lorena. Vou ver o Eddie Vedder cantar as músicas que embalavam os nossos churrascos, nossas festas e as nossas badalações. Quem sabe essa trilha sonnora não vai lembrar coisas mais pra frente.