O título da postagem parafraseia o que há anos é utilizado no Twitter. Tal enunciado gera muitas indagações aos longo dos anos. Para mais esclarecimentos, começou com uma bela foto que fiz de umas panelas que estavam numa calçada na cidade de Andrelândia - MG, só isso. Daí, precisava colocar uma foto no fundo da rede social para decorar a página. Escolhi uma que me agradava bastante, de um belo dia de passeio com papai.
Refletindo sobre a própria obra, o artista às vezes se depara com uma necessidade grande de responder questões. Longe de ser uma obra de arte, mais como uma representação do real, uma fotografia, ou seja, essa em questão me deu um estalo sobre alguns fatos que para foram se tornando verdade.
Pre começar, a palavra PANELA tem uma sonoridade maravilhosa! É um verbete engraçado, aberto, agudo, que soa nos ouvidos da maneira que ela é em matéria: tilintando! PÁNÉLA. Cresci com essa sonoridade, pois, bem sabem as pessoas que me conhecem, meu pai vende essa mercadoria há mais de 60 anos. Na minha casa empilhavam-se aos montes, de todos os tipos, materiais e finalidades de panelas diferentes: caldeirão, frigideira, caçarola, papeiro...
Sou muito fã do Ziraldo e a panela está na cabeça do Menino Maluquinho. Escutava as histórias da Dona Baratinha que casou com o Dom Ratão, que caiu na panela de feijão. Havia também, ainda na minha infância, as Frenéticas cantando dentro de uma panela no Especial de Vinicius de Morais na Globo. Ou seja, a panela sempre esteve no contexto narrativo da minha vida, quase como um personagem.
Interessantes são os diversos significados às palavras utilizadas na língua portuguesa de maneira coloquial. A que mais me vem à tona, senão a de relação direta, é a utilizada para substituir "grupinho". Desde a época de escola ela tem esse destaque, mas eu era uma pessoa que não me associava diretamente a nenhuma delas. Talvez isso fosse uma maneira de eu me manter sempre incluída, e, ao mesmo tempo, livre.
A minha panela sempre foi a da rua. Por isso me afeiçoo por pessoas específicas. Longe de mim querer destituir líderes panelísticos, tampouco segregar as panelas existentes. No mundo atual é necessária cautela para pertencer, pois pode-se ser confundido com mais um no bando.
Brincar de panelinha é bom, mas ficou lá no jardim da infância! Minha panela é da rua!